Metamorfose do “eu e do “espaço”
A vida transformada à medida que cresce, que avança
o progresso na cidade das “Três Caixas d’água”.
Uma construção aqui, ali, sem nenhum pudor.
A explosão ainda amena, demograficamente sentida, assim como
uma explosão de eus na vida, refletidos
à procura de construir-se
por um caminho,
por um percalço talvez linear.
A saída para muitos está nas pontes inexistentes, enquanto outros a enxergam apenas em um projeto em andamento…;
outros nas usinas, idem aos aventureiros da construção da ferrovia abandonada ou dos aventureiros do ciclo da borracha
A construção do tijolo, do cimento, do ferro, da tecnologia…, enfim, de um
progresso desmedido, sem projeto.
A arquitetura do eu, do que fazer, da explosão do sentimento; do amor auferido; do definir-se como alguém
em algum lugar
em meio a tantas transformações
que muitos não sentem.
Mas a metamorfose ocorre na vida dos eus assumidos
perante a sociedade em progresso
e no próprio espaço do Porto.
Alvo do Amor
Alguém já sentiu o coração
bater;
corroer;
sofrer;
sonhar por um amor,
só de um?
Na forte euforia do amor, o coração, “comboio de corda”, é nele que
desatina a remoer as conseqüências que traz o amor; é ele que suporta, pior ainda,
é igual a aparador de balas (o alvo).
As expressões do ser
Se o mundo e tudo que há nele pudessem expressar os anseios,
as dores, os sentimentos
que tomam conta do meu ser,
talvez, nem eles saberiam expressar aquilo que mesmo
as próprias palavras calam-se,
pois nem elas exprimem o que dizer.
Hoje, tudo o que sinto
tornou-se mudo, surdo dentro de mim.
Se me perguntarem o porquê da surdez,
da nudez,
não saberia jamais responder.
Por isso, tornaram-se da forma como estão: mudas,
surdas,
nítidas,
obscuras…, sei lá!
Há tristeza, alegria?
Há espaço para os dois,
mas nenhuma toma mais espaço que a outra,
simplesmente ocupam
a mesma proporção.
Preferências
Prefiro sentir os raios do sol ou os pingos de chuva,
a sentir a indecisão do tempo, se é sol ou chuva, embora seja algo que não me pertença, não mando na natureza;
Prefiro sentir as emoções que me trazem plena alegria,
a sentir aquelas que me trazem tristeza, apesar de na maioria das vezes, a preferência das ocorrências na vida é a segunda, tristeza;
Prefiro sonhar com o improvável, absurdo,
a nunca ter sonhado, pois muitas vezes
os sonhos são impulsionados para que se viva à vida.
Tela
Hoje é sábado, é outro dia.
Já não é o mesmo sábado antes de conhecê-lo.
Passaram-se 7 dias,
1º de dezembro de 2012;
passaram-se 7 noites, passaram-se 7 dias,
Mas ainda lembro daquele sábado que há 7 dias o vi.
Lembro daquele rosto com se fosse hoje,
lembro daquele sorriso,
daquela voz como se tivesse visto de perto,
mas tudo isso foi visto, através de uma tela.